segunda-feira, 26 de abril de 2021

Encontro 20/04


                                                Fonte: FARHERR (2020)


Tema do encontro: Ciência, conhecimento científico e pesquisa 

Atividades desenvolvidas:

  • síncrona: discussão e reflexão sobre paradigmas da pesquisa em educação.
  • assíncrona: leitura dos textos bases, elaboração do diário da disciplina e enviar tema e problema da pesquisa. 

Plataformas utilizadas:  Google Meet (encontro), youtube e AVA IFPR (elaboração de Wiki),

Anotações das leituras durante a semana e durante o encontro 

 

PARADIGMA

 

POSITIVISTA

INTERPRETATIVO OU QUALITATIVO

SÓCIO-CRÍTICO

 

a natureza da realidade é única, fragmentada, tangível e simplificadora

a realidade é múltipla, intangível e holística

a realidade é dinâmica, evolutiva e interativa.

 

processo de investigação está livre de valores em que o investigador pode assumir uma posição neutra.

os valores do investigador exercem influência no processo.

a ideologia e os valores determinam qualquer tipo de conhecimento.

 

muitos autores partilham a impossibilidade e incapacidade deste paradigma para resolver os problemas educativos.

Surgiu então o paradigma qualitativo ou interpretativo que “pretende substituir as noções científicas da explicação, previsão e controlo do paradigma positivista pela compreensão, significado e ação”, penetrando no mundo pessoal dos sujeitos em determinado contexto social.

engloba várias tendências (neo-marxista, feminista, freiriano, participatório, transformista) que consideram que o paradigma interpretativo mudou as regras do jogo mas não a natureza do mesmo

Problema da investigação

os problemas surgem das teorias, os conhecimentos são difundidos através da bibliografia científica.

o objeto do problema é conhecer uma situação e compreendê-la através da visão dos sujeitos (percepções e sensações)

os problemas partem de situações reais e têm por objetivo transformar essa realidade vivenciada, partem da ação.

Desenho da investigação

estruturado, existe um projeto inicial onde se especificam as tarefas a realizar.

aberto, flexível e emergente, é através da observação da análise dos dados que surgem os dados necessários para a investigação.

dialético, vai-se gerando através do diálogo e consenso no grupo de investigação.

Amostra

utilizam-se procedimentos estatísticos, a generalização dos resultados faz-se a partir de uma amostra representativa da população.

não está previamente determinada, vai-se ajustando ao tipo e à quantidade de informação que se precisa em cada momento. Geralmente usam-se amostras pequenas e estatisticamente não representativas.

os interesses e necessidades dos sujeitos determinam os grupos de investigação, a maior preocupação não é a generalização dos resultados.

Técnicas de recolha de dados

instrumentos válidos e fiáveis.

técnicas qualitativas.

apesar de utilizar procedimentos qualitativos e quantitativos, existe uma maior preocupação nos aspectos qualitativos e na comunicação pessoal.

Análise de recolha de dados

técnicas estatísticas

a análise e interpretação de dados ocupa uma posição intermédia no processo de investigação. Pretende-se delimitar o problema, avançar hipóteses e determinar conclusões.

participação do grupo de investigação na análise e interpretação de dados que se realiza através da discussão e pesquisa. Na interpretação dos dados relacionam-se fatores pessoais, sociais, históricos e políticos.

Análise e interpretação de dados

validade interna e externa, fiabilidade e objetividade.

não existe unanimidade acerca destas questões. Enquanto alguns autores defendem a necessidade de usar critérios científicos de validade e fiabilidade, outros propõe critérios qualitativos (credibilidade, transferabilidade, dependência e confirmabilidade). Contudo todos os autores concordam em utilizar técnicas próprias de validação: triangulação, observação sistemática, etc.

para que um pressuposto seja válido deve haver o acordo dos outros - validade consensual. A validade recai sobre a ação.

Conclusão

Sintetizando podemos referir que o modelo sócio-crítico tem semelhanças com o qualitativo, no entanto, a ideologia e os valores determinam o tipo de conhecimento atribuindo-lhe um cariz(cara) mais interventivo. Os fenómenos são analisados do ponto de vista técnico e prático (ação), o que tem dado origem a vários trabalhos de investigação na área da educação. Estes estudos agrupam-se em torno da designação geral de “Investigação-Ação”.


As pesquisas podem ser classificadas de diversos modos, sintetiza essa classificação, apontando quatro tipos: 

1. Quanto à natureza: define se a pesquisa será sem (básica1 ) ou com aplicação imediata (aplicada);
2. Quanto aos objetivos: a pesquisa pode ser exploratória (obter mais informações sobre o assunto investigado), descritiva (registra e descreve os fatos observados sem interferir neles) ou explicativa (explica as causas, valendo-se do registro, da análise, da classificação e interpretação dos fenômenos observados);
3. Quanto à abordagem: será tratada de modo qualitativo ou quantitativo;
4. Quanto aos procedimentos: documental, bibliográfica, experimental, levantamento (survey), pesquisa de campo, etnografia, estudo de caso, pesquisa-ação, pesquisa participante, pesquisa ex-post-facto.

"A pesquisa necessita de rigor e organização se pretende sair do senso comum, da simples captação de informações, e se tornar conhecimento científico."


Por onde começar a pesquisa?

Construção de um conjunto de passos que permitam obter informações para responder à pergunta.












Reflexões: 

Como ter objetividade e imparcialidade lidando com os seres humanos?

Se o pesquisador é parte inseparável da pesquisa, então como ter uma neutralidade absoluta, visto que ele já tem uma bagagem de conhecimentos?


REFERÊNCIAS:

FARHERR, Jaime. A Objetividade em ciência, os paradigmas e a racionalidade científica. 12 maio 2020. (2:59 min.) Disponível em: https://youtu.be/VvUn2GGQmR4. Acesso em: 20 abr. 202. 

MENDONÇA, Priscilla Bibiano de Oliveira. A metodologia científica em pesquisas: pensar e fazer ciência. Interfaces Científicas. V. 5. nº. 3. p. 87-96. jun - 2017. disponível em: https://periodicos.set.edu.br/educacao/article/view/4020. Acesso em: 17 abr. 2021.   

MORAES, Naires de Cassia Nunes; SILVA, Ione Brum da; ZARZICKI, Danieli Melo; CHAVES, Taniamara Vizzotto; BRANCHER, Vantoir Roberto. A pesquisa qualitativa e formação do pesquisador: elementos para um paradigma dialógico. In: BRANCHER, Vantoir Roberto; CARTRLE, Lisiane Darlene; MACHADO, Fernanda de Camargo. (Org.) Metodologias(a) da pesquisa em educação profissional e tecnológica: dilemas e provocações contemporâneas.

Perspectiva sócio-crítica. Blog Eportifólio. 20 fev. 2007. Disponível em: https://liveeducation.wordpress.com/2007/02/20/perspectiva-socio-critica/. Acesso em: 17 abr. 2021.



Nenhum comentário:

Postar um comentário